Pages

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Faltam X dias para o Natal

Preparativos para o Natal bombando.
*
E agora, tender, torta de frango ou paleta de cordeiro?
*
Tender é um "must have". Por isso ando fugindo dele. Torta de frango é sempre bem vindo na casa da minha mãe, onde ele tem status de comida de festa. Mas na família do meu marido é mais complicado: minha sogra faz tortas maravilhosas com uma mão nas costas. Se eu fizer, vai dar até dó da minha pobre tortinha.... :)
*
Paleta de cordeiro é um risco: eu gosto, meu marido gosta, minha filha gosta, mas o resto da família é um tanto relutante. Eles não conseguem abstrair do lindo carneirinho branco de olhar cândido e que faz béééé.
*
No fim, acho que vai ser torta de frango na casa da minha mãe e tender na casa da minha sogra.
Sobremesa: rabanada de forno com sorvete de creme nas duas casas.
*
Depois conto como foi. E posto umas fotinhos.
*
E da série mãe é mesmo um bicho muito besta:

- estou feliz porque o pediatra liberou o baby para comer de tudo. T-U-D-O. Peixe, frutos do mar, carne de porco, morangos e kiwi. Ah e clara de ovo. Ou seja: logo logo viajar vai ser uma coisa viável novamente.

- hoje comentei de leve com minha filha de 6 anos que está havendo recreação no condomínio e ela fez cara de interesse. Eu disse que ela pode descer pra brincar sozinha. Ela deu um pulo, gritou eba, e foi vestir um shortinho e camiseta pra sair. Ela não costuma ser assim, tão largada de mim, apesar de ser bem sociável, então fiquei meio cabreira. Quando eu já estava quase descendo pra ver se estava tudo bem (besta....), ela chegou, suada, vermelha, animada, falando pelos cotovelos, pediu uma água muito apressada e desceu correndo pra brincar mais.

- a cada dia que passa fico mais impressionada com o fato de ser tão desnecessária.... :))

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Apareceu a margarida....

Oi pessoas.

Desculpe a ausência, mas as coisas tavam corridas. Vocês entendem, né?

Neste meio tempo, bebê ficou dodói, bebê sarou, eu fiquei dodói, não sarei, continuo capenga, entrei no inferno astral, fiz aniversrio, sai do inferno astral.

Agora ta tudo bem, so me sentindo cansada, sonada, acabada e destrambelhada. Mas fora isso, tudo uma beleza.

Voltei pra esse cafofo e volto a postar com regularidade, se os deuses da internet assim o permitirem.

Beijocas!

domingo, 10 de outubro de 2010

Frutas

Faz algumas semanas que só acho banana, maçã, mamão e pera decentes no sacolão. Nada contra, mas já andava meio enjoada. Hoje deparei com estas belezinhas: pêssego docinho, morangos lindos (e no fim da safra!) e.... blueberries frescos. Delícia.

O melhor de frutas frescas é ter sobremesas sem trabalho nenhum. É só tirar da geladeira, lavar e voilá.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Formula 1, que coisa feia....

Nunca gostei de formula 1. Acho chaaaaaato de dar dó. Agora, quando o resultado é forçado pela equipe, é a chatice elevada ao quadrado.
*
Afinal de contas, esta josta é um esporte coletivo ou individual? Sempre entendi que se tratava de um esporte individual. Neste caso, o sr Luca de Montezemolo, presidente da ferrari, está errado e os interesses da equipe não se sobrepõem aos individuais coisíssima nenhuma. Isto faz sentido em futebol. Basquete. Volei. Porque são esportes coletivos. A vitória é da equipe. Todos sobem juntos ao pódio. Que eu saiba, este não é o caso da formula 1.
*
O próximo item a ser incluído nos carros de fórmula 1 será a seta. Para a gente poder sinalizar pra lado que vai sair para dar caminho. Mas isso só vai ser instalado em carros pilotados por brasileiros. Os demais corredores jamais aceitariam ser tratados feito lixo.
*
E que saudade de Nelson Piquet (o pai, lógico). Bocudo, marrento, briguento. Todos amavam odiá-lo. Mas, mesmo quem não gostava de formula 1 podia se divertir vendo gente com espírito competitivo, brigando de verdade pra vencer.
*
Hoje... hoje é esta irritante e inexplicável postura submissa dos pilotos brasileiros. Ô coisa irritante! Cadê a vontade de vencer? Cadê a personalidade? Cadê a rebeldia? A impressão que dá é que somos todos uma cambada de ovelhinhas. Os caras mandam sair da frente, a gente sai. Os caras mandam ceder a vitória, a gente obedece. Ridículo! Dá vergonha de ser brasileiro.
*
Aliás, ser brasileiro é mesmo uma vergonha. Vamos reconhecer. Somos um país de bananas, de paga-pau de gringos, de gente fraca, ignorante, egoísta e que só sabe mesmo mostrar a bunda e fazer piadinha. E é isso aí. Podem vir, explorar o país, roubar nossas refinarias de petróleo, explodir o país inteiro que nós ainda agradecemos e damos um macaco pra você levar pra casa.
*
Só me resta mesmo sonhar. Sonhar com um pingo de dignidade, força e personalidade. Só um pingo mesmo já deve fazer diferença. Talvez fosse o suficiente. Imaginem a cena. O sujeito da equipe dá a ordem para o piloto brasileiro dar a vitória para o outro palhaço (sim, porque vencer deste jeito é uma vergonha também, viu, seu alonso?). Silêncio. "Confirma recebimento da mensagem, cucaratcha?". "Sim, mensagem recebida.". E, em seguinda, pisa mais fundo ainda no acelerador, ganha a corrida bonito e ainda mostra o dedo pro outro palhaço. E pro resto da equipe. Dilícia.
*
Ou, o cara da equipe manda o piloto brasileiro forjar um acidente pra cancelar a corrida. Beleza, caras, vocês que mandam. Vai lá e atropela o presidente da escuderia. O que? Não era pra forjar um acidente? Então!
*
Só sei de uma coisa: em sinal de protesto não vou mais comprar ferraris.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Procuram-se damas

Gosto do Pânico na TV. É um humor esculachado, muitas vezes forçado e apelativo, mas ainda assim, humor. E quebra a depressão do domingo, o que é muita coisa, diga-se. Mas alguns quadros são difíceis de engolir. Como o da tal mulher arroto. Como se não bastasse a avalanche de mulheres-frutas ainda temos que aturar as mulheres-ruídos-corporais. Ninguém merece. Mas às vezes, sinto uma pequena esperança.

Li ontem a notícia de que a mulher arroto foi afastada do Pânico por tempo indeterminado. Motivo: houve uma celeuma quando a tal tentou vitimar a atriz Laura Cardoso. Fiquei intrigada, afinal, o quadro está no ar há bastante tempo e muitas pessoas foram atacadas sem que se esboçasse reação tão intensa. Descobri, então, que Laura Cardoso estava numa tarde de autógrafos num shopping, prestigiando uma colega. Rodeada por jornalistas, foi extremamente gentil e atenciosa com todos, inclusive com a falsa-jornalista-mulher-arroto. Quando os jornalistas de verdade viram que a nulher arroto ia atacar, impediram-na. A mocinha ainda ficou brava, ameaçou chamar a polícia e acabou sendo retirada do recinto por seguranças do shopping.

Os jornalistas disseram que entendiam o humor escrachado do Pânico, mas que julgavam uma mera grosseria arrotar no rosto de uma senhora de 80 anos. Daí, o de sempre. Gente concordando com os jornalistas, gente atacando o Pânico, gente defendendo a mulher-arroto, um monte de gente xingando. E eu achei muito interessante duas coisas: esta não é a primeira vez que a mulher arroto ataca uma senhora de idade (Hebe já foi vítima) e uma palavrinha que ficou pululando lá e cá nos comentários. Dama. "Não se faz isso a uma dama....".

Ou seja, a questão não é a idade e sim a postura de Laura Cardoso. A delicadeza e a gentileza em contraposição a grosseria gratuita. O talento em contraposição à apelação. A simplicidade em contraposição a arrogância. Compreendi que nem tudo está perdido. O ser humano comum ainda é capaz de reconhecer a atitude superior e o refinamento quando os vê. E, quando este reconhecimento ocorre, não é possível ignorá-lo.

Quem dera houvesse mais damas no mundo. Aceitaríamos, então, menos feiúras e menos maldades. O mundo seria menos grosseiro. Será este o grande papel feminino? Inspirar atitudes e transformações, através da delicadeza e da beleza?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Um tempinho


Um tempinho só pra mim.
Só meu.

Tempo de colocar as coisas em ordem.
Tempo de sonhar.
Brincar com as crianças.
Cuidar.
Embelezar.
Saracotear.

Que luxo!
(Imagem:Getty Images
)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estranheza

Deveria estar triste, mas não estou.
Deveria estar preocupada, mas não estou.
Deveria estar com pressa, mas não estou.

Será que eu sou eu mesma?

Só penso em sair, curtir, fazer nada...

Opa, a culpa acabou de me cutucar... ufa, sou eu mesma.

Tá tudo certo! ;)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eneagrama nos filmes - Nove

contém spoiler

Noiva em fuga (Runaway Bride)

Mas o nome bem que podia ser Nove em Fuga ou Runaway Nine. Pra quem não conhece a história, Maggie Carpenter (Julia Roberts) tem o estranho hábito de fugir da igreja bem na hora do sim. Já deixou vários noivos no altar. Isto chama a atenção de um jornalista, Ike Graham (Richard Gere) que vai até a cidadezinha onde ela vive para entender o que acontece. O que o intriga é que outros homens continuem propondo casamento a ela, mesmo sabendo que correm o risco de ficarem plantados na frente da igreja. É a atração do 9. Claro que ser a Julia Roberts ajuda bastante, mas as pessoas gostam do Nove, lembra? Ninguém consegue ficar bravo com um Nove por muito tempo. Tanto é que os ex-noivos todos são amigos de Maggie. E é aí que a “novice” toda começa a aparecer.

Ike faz perguntas aos ex-noivos sobre Maggie. Como ela é, do que ela gosta... E cada um responde uma coisa diferente. Parece até que cada um deles foi noivo de uma garota diferente. A pergunta mais emblemática era “como Maggie gosta dos ovos no café da manhã?”. A resposta começava sempre igual: “ah, do mesmo jeito que eu...” e a partir daí variava: mexidos, omelete, só claras... Confrontada por Ike, Maggie foge da resposta do porque agia assim. Mas, incomodada, começa a conversar com seus ex, procurando pistas sobre si mesma.

O filme avança, descobre-se que Maggie era uma aluna brilhante e que abriu mão de uma vaga na faculdade para cuidar do pai alcoolatra. O mesmo pai que, ao lado de todos os parentes e amigos, zomba dos casamentos de Maggie. Ela obviamente não aprecia as piadas, mas não diz nada para evitar o conflito. Quando Ike a defende, dando um puxão de orelha em seus familiares e amigos, Maggie fica furiosa porque não queria atritos, tudo estava bem enquanto ela ignorava as provocações.

São alguns pontos marcantes num Nove: a sensação de menos valia, que neste caso levava a vários relacionamentos, como se Maggie buscasse fora de si um atestado de seu próprio valor; a fuga do conflito; e a fusão no outro, a ponto de não conhecer suas próprias preferências. Quando Ike pergunta a ela qual é enfim seu ovo preferido, ela não sabe responder.

Num certo momento, Maggie e Ike se descobrem apaixonados. Lógico, afinal são Julia Roberts e Richard Gere, né... E marcam casamento. Expectativa. Será que dessa vez vai? Não foi. Maggie foge de novo, para desespero de Ike.

Meses se passam. Um belo dia Maggie aparece no apartamento de Ike e diz “benedictine”. Como? “Gosto de ovos benedictine, odeio todos os outros tipos”. Ela explica: fugiu porque ainda continuava a mesma, sem saber quem era e do que gostava. Não queria começar uma vida com ele, cometendo os mesmos erros de sempre. Quis primeiramente se conhecer e resolver sua própria vida sozinha. E foi o que fez. Experimentou coisas e situações sozinha para conhecer suas reações e vontades. Reconheceu seu talento artístico e começou a produzir peças para uma loja de decoração. Descobriu que odeia cerimônias de casamento. Que ser observada a deixava nervosa. E somente quando se enxergou de verdade, procurou por Ike, esperando que ele ainda a amasse. Ainda amava, claro. E dessa vez se casaram. E provavelmente foram felizes para sempre.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mil pratos: moleza!

Engraçado, relendo o post abaixo me dei conta de algo realmente impressionante: eu dou conta. Eu consigo equilibrar os mil pratos. Eu tenho conseguido exercer meus papéis todos. E direito. Tenho negligenciado um pouco os meus cuidados pessoais, como exercícios e consultas médicas, o que tem me incomodado, mas é só. De resto, tudo tem se encaixado. Por incrível que pareça.

Claro que de vez em quando me vejo tendo que abrir mão de alguma oportunidade profissional que me parece tentadora, por não poder me ausentar muito ou viajar. Dói, mas sobrevivo.

Só preciso mesmo aprender a viver com mais leveza, a enxergar as coisas dentro das proporções corretas, a não esquecer de me divertir enquanto vivo. Não dá pra esperar todas as minhas obrigações terminarem para daí me divertir, porque quando minhas obrigações acabarem, certamente já terei morrido.

Me lembro da Jade, minha professora de dança do ventre. Estávamos ensaiando uma coreografia. Depois de muito tempo e esforço, os passos começavam a sair direitinho, no tempo certo, bonitinhos. No final do ensaio estávamos orgulhosas porque parecia que não havia mais nada a corrigir ou retocar. Então, ela olhou pra nós e disse: “Ótimo, meninas. Agora tudo de novo, só que sorrindo.”.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Equilibrando mil pratos

Sou mãe. Preciso cuidar dos meus filhos, atender suas necessidades, educá-los, prepará-los para o futuro. Mantê-los saudáveis, bem alimentados, bem vestidos, aquecidos e seus pertences organizados. Aliás, preciso ensiná-los a se organizar. Fazê-los se sentirem amados e acolhidos. Deixar a casa acolhedora e aconchegante para eles. Mandá-los para a escola no horário certo, buscá-los no horário certo. Mandar todos os dias lanches gostosos, nutritivos e variados. Preparar seu material escolar, organizar e limpar a lancheira, montar a mochila da natação, do judô, do balé. Comprar maiô, touca, óculos de natação, meia calça, sapatilha, redinha para cabelo, saia, casaco, quimono, chinelos, tênis, uniformes, itens que se perdem constantemente e precisam ser repostos. Preciso conversar com os professores, ajudar nas lições de casa, comprar presentes de aniversário para os amiguinhos, presentes de dia dos professores, de Natal, de Pascoa, organizar festas de aniversário. Preciso levá-los ao pediatra, homeopata, ao dentista, oftalmologista, fonoaudióloga e para fazer exames. Preciso comprar remédios e ministrá-los. Preciso acordar de madrugada para dar mamadeira para o mais novo, para cobrir a mais velha, para checar temperaturas.

Claro que o pai ajuda e muito. Mas aí é que está. Ajuda. A atividade é primordialmente minha. Se a criança não vai ao pediatra ou não faz algum exame ou não toma algum remédio, ou se suas roupas estão em mau estado, a falha é minha e nem adianta alguém dizer que não é. É sim.

Sou profissional. Preciso ir trabalhar, resolver problemas, atender os clientes. Preciso chegar na hora certa e ficar até quando for necessário. Preciso estar disponível para cursos e viagens. Preciso me apresentar bem, me manter atualizada, fazer e manter contatos. Preciso priorizar o trabalho, ser produtiva. Preciso estar disponível para cruzar a cidade para ir até o cliente.

Só até aqui, você já percebeu algum conflito? Como levar e buscar as crianças na escola se eu preciso estar disponível para viagens e para cruzar a cidade para ir ao cliente? Mas espera que fica pior.

Sou dona de casa. Preciso orientar minha assistente do lar, controlar a realização das tarefas, cobrar, corrigir, elogiar. Preciso montar o cardápio da semana, fazer compras, verificar se está tudo em ordem. Aqui parece ser pouca coisa e que eu poderia soltar a mão e delegar totalmente. Triste engano. Tentei fazer isso e o resultado foi caos (na casa) e irritação (minha). O fato é que se eu não fizer marcação cerrada as coisas ficam ao deus dará.

Sou um indivíduo. Tenho minhas próprias necessidades. Preciso ir a ginecologista, oftalmologista, cardiologista, homeopata, endocrinologista. Preciso fazer exames, seguir tratamentos, ir ao acupunturista uma vez por semana. Preciso me exercitar pelo menos 3 vezes por semana, idealmente, todos os dias. Preciso fazer manicure, cortar o cabelo e fazer limpeza de pele. Preciso ligar para meus amigos, preciso encontrá-los, mesmo para que eles me lembrem que eu existo. Preciso eliminar peso, ganhar massa muscular, adotar hábitos saudáveis. Preciso ficar linda, gostosa e elegante.

Este é o nó que eu estou tentando desfazer. Como ser tudo ao mesmo tempo, direito e sem sofrer? Como ser a profissional confiável e dedicada que eu sempre me orgulhei de ser sem me tornar uma mãe negligente e ainda assim, cuidar da casa sem deixar de cuidar de mim mesma? E como fazer tudo isso com leveza e prazer? Como?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tipo 9: Deixa disso, gente boa.

O Nove é o grande pacifista. Ele sabe se relacionar com as pessoas, sabe ver o valor de cada um, consegue compreender os pontos de vista de todos. Sabe solucionar conflitos, construir pontes, unir. Se o Oito só enxerga branco e preto, o Nove só enxerga cinza. Vários tons de cinza. E acha todos lindos.

Um Nove contando uma história pode ser exasperante. Começa a contar a história, daí lembra de outra coisa, daí inclui algum outro detalhe importante, daí resolve te contar porque está te contando a história, daí lembra de outra história parecida.... qualquer narrativazinha de 2 linhas vira “A Saga” na mente detalhista e observadora de um Nove.

O Nove é o boa gente, aquele que todos amam. Se um chefe Três ou Oito desavisado resolver pegar pesado com um Nove pode acabar tendo que enfrentar um motim em sua empresa. Todo mundo toma as dores do Nove. Todo mundo ama os Nove. Exceto eles mesmos.

Dá uma lida nas qualidades acima. Não é de dar inveja? Pois é. Apesar disso, os Noves têm uma estranha sensação de menos valia. No curso de eneagrama que fiz, após uma manhã inteira falando das qualidades dos Nove, os Noves cercaram a intrutora e perguntaram: “tá, ok, mas o que os Noves têm de bom afinal de contas?”. Risos de todos os outros tipos...

Um Nove em crise se esquece de si em prol dos outros e do coletivo. A busca da paz sobrepuja suas próprias necessidades. Quando o Nove supera este esquecimento e se lembra de lembrar de si mesmo, aplica em sua vida seus talentos de compreensão e construção, se ama e se torna construtivo.

Noves famosos: Gandhi.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tipo 8 - Tá olhando o que? Nunca viu não?

O Oito gosta de poder. Não o poder institucional, mas o poder verdadeiro, relacionado a influencia, conhecimento e ação. Ele não quer ser o rei e sim o primeiro ministro. O Oito crê que a verdade só aparece com o conflito e semeia a discórdia a seu redor para saber com quem pode ou não contar.

Ele despreza a fraqueza, mas gosta de colocar os mais fracos sob suas asas. O Oito também despreza as regras e acha que elas só existem para serem quebradas. As únicas regras que valem são as feitas por ele.

A raiva do Oito é exteriorizada. Ao contrário do Um, que suspende a raiva, o Oito gosta de sentir raiva, se entrega a ela. Um Oito em crise se deixa dominar de tal forma pela raiva que pode se perder em seus excessos (de álcool, comida, trabalho, seja lá o que for).

Quando o Oito consegue dominar a si mesmo, consegue viver com mais leveza pois deixa de ver o mundo como um lugar hostil e as pessoas como inimigas.

Oitos famosos: Henrique VIII e Dr House (dá até a impressão que o criador da série pensou: “bem, vou criar uma série sobre um médico Oito....”)

Tipo 7 - ...mas que beleza, em fevereiro tem carnaval...

O Sete lida com o medo ignorando-o solenemente. Aliás solenemente não porque nada num Sete é solene. O Sete busca a segurança através de todo tipo de experiências positivas. Ele se refugia na alegria e no prazer e enfia a cabeça num buraco no chão como um avestruz quando se sente ameaçado.

Para alguém de fora esta atitude pode parecer escapista e é mesmo. Um Sete tem muita dificuldade de lidar com sofrimento. Se você tem um amigo Sete já deve ter percebido que ele some nos piores momentos da sua vida. E ele não é um traíra. Ele gosta mesmo de você, só que ele não consegue lidar com o sofrimento de jeito nenhum.

O Sete busca a alegria e gosta de semeá-la a seu redor. Mas, quando em crise, ele se dispersa com tanta excitação e se desgasta sem necessidade e sem conquistar nada. Quando a realidade bate, surge a depressão.

Quando o Sete consegue encarar a realidade e aceitá-la surge sua incrível capacidade de mitigar o sofrimento em todas as suas formas.

Setes famosos: Peter Pan, Charlie Harper (Two and a Half Men).

terça-feira, 29 de junho de 2010

Tipo 6: Em caso de descompressão, máscaras cairão automaticamente.....

Para o Seis também a emoção básica é o medo mental.

O Seis percebe o mundo como um lugar perigoso e para se manter seguro desenvolve uma percepção acurada dos riscos possíveis e busca proteção externa. Um Seis sempre sabe instintivamente onde estão as saídas de emergência, as rotas de fuga, os extintores. Um Seis presta atenção nas normas de segurança do avião (e reclama que os coletes salva vidas são muito complicados de achar e de usar).

Um Seis pode ser fóbico ou contra-fóbico. O contra-fóbico acha que a melhor defesa é o ataque e sai batendo. O fóbico acha que a melhor defesa é a distância e corre.

Seis sempre têm um plano. Aliás, vários planos. Se tudo der certo, plano A, se chover, plano B, se nevar, plano C, se houver terremoto, plano D, se houver uma chuva de meteoros, plano E, se começar uma invasão alienígena, plano F.... e assim vai.

Um Seis em crise vê teorias da conspiração em todo lugar e, para se proteger, tenta cobrir todas as possibilidades com seus planos. Assim, perde o momento de conquistar as coisas. E, quando está fazendo isso, o Seis ainda por cima se acha super esperto. É um esquema muito eficiente de auto-sabotagem.

Quando o Seis consegue se ligar com a fé e a coragem, passa a acreditar em si mesmo, pára de buscar proteção externa e se torna apto a romper com as ferramentas de auto sabotagem que monta para si.

Seis famosos: eu. Tem também um tal de Woody Allen.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eneagrama - Tipo 5: Minha torre, meu mundo.

A emoção primordial do Cinco é o medo mental.

Aqui cabe uma explicação. Há o medo instintivo e há o medo mental. O medo instintivo é bom, faz parte de nossas ferramentas de sobrevivência. É aquele mecanismo que avisa você que é bom correr ou então se preparar para lutar. Já o medo mental é aquele que a gente cria com a própria mente, imaginando cenários e acontecimentos que no fim nunca acontecem (felizmente).

O Cinco busca o conhecimento para se sentir seguro. Ele bloqueia os instintos e sentimentos e se concentra nas informações. O Cinco gosta de se isolar e observar. Quando encontra pessoas de que gosta (poucas), baixa sua ponte levadiça e permite que adentrem seu espaço.

Como bloqueia os intintos e sentimentos, ele se sente “possuído”, tomado por um alien, quando vivencia alguma emoção. Sua reação neste caso é se afastar da emoção e avaliá-la intelectualmente.

Quando em crise o Cinco se apega exageradamente ao conhecimento e se isola do mundo para evitar o sofrimento da perda. Quando supera este medo, consegue perceber a abundância da vida e conquista o despreendimento através da percepção de que há muito de tudo para todos.

Cincos famosos: Kafka

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Os tipos e a Copa do mundo

E o que faz cada um dos tipos durante uma Copa do Mundo?

Tipo 1: organiza um bolão, monta as tabelas, cria estatísticas e acompanha as pontuações.
Tipo 2: prepara pipoca para todos. Inclusive sem manteiga pra quem tem colesterol alto, sem sal pra que tem hipertensão, sem açúcar pra quem tem diabetes e sem milho pra quem está de dieta.
Tipo 3: monta estratégias pra vencer o bolão. Aliás, monta outro bolão, bem melhor do que aquele que o Um está organizando.
Tipo 4: não gosta de futebol. Prefere lacrosse.
Tipo 5: Copa do mundo? Que Copa? Eu nem liguei a TV este ano, tô lendo um livro tão bom....
Tipo 6: Monta um plano pra assistir os jogos de casa, longe das multidões e dos tumultos.
Tipo 7: Tá lá, de verde e amarelo até nas cuecas e na peruca, usando o chapéu mais ridículo que pôde encontrar, com tambor, pandeiro e vuvuzela e gritando “É campeão, é campeão...”.
Tipo 8: provoca a torcida da Argentina. E da Itália. E da Espanha. E chama pra briga.
Tipo 9: Analisa as qualidades de todas as seleções e conclui que todas merecem ganhar.

Eneagrama - Tipo 4: I am the drama queen....


O Quatro gosta de pensar em si como uma criatura única e, quase sempre, o é. Ele busca a beleza, vive imerso em emoções e suspenso em algum lugar entre o passado e o futuro. Ele lembra sempre do passado, rememora cada sentimento, cada dor e mantém a esperança de que será feliz no futuro. Porém, perde o momento presente.

O Quatro tem a sensação de que algo falta em sua vida. Algo que todos têm menos ele e por isso sofre. E quando ele sofre.... o mundo tem que saber. O Quatro busca atenção através do próprio sofrimento. Crê que se souberem o quanto sofre, será amado. Muitas vezes opta por caminhos de vida tortuosos de forma inconsciente.

Quando em crise, o Quatro torna sua vida e a dos que estão a seu redor um turbilhão emocional, um círculo vicioso auto-destrutivo.

Porém quando consegue superar esta necessidade de obter simpatia através do sofrimento, é capaz de compreender os sentimentos dos outros como ninguém mais e expandir sua visão da beleza da vida. O Quatro é também aquele que consegue realmente enxergar as qualidades únicas de cada pessoa.

Quatros famosos: Van Gogh.
PS: Vi a imagem acima no ótimo blog eneagrama-ana.blogspot.com.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eneagrama - Tipo 3: We are the champions

Para o Três o importante é a imagem. O Três acredita que somente é amado quando é admirado e elogiado. Para isso, busca manter uma imagem de sucesso e vitória. Por isso ele quer vencer sempre, ser sempre o melhor, o primeiro. O Três se refugia no trabalho, que é um ambiente em que sua performance pode ser medida e reconhecida e evita tirar férias, já que em férias ninguém vai perceber como ele é eficiente e talentoso. Aliás, o lazer estressa o Três. Não ter o que fazer é uma idéia que o perturba.

Para o Três é imprescindível mostrar que tudo está certo, tudo está bem. O importante não é ser feliz e sentir-se bem e sim projetar esta imagem. O que importa é o que o mundo está vendo.
Em crise, o Três sofre por viver uma mentira. A necessidade de manter uma imagem vitoriosa o obriga a negar seus sentimentos. Ele veste um sorriso e a idéia de que tudo está bem mesmo que o mundo esteja desabando sobre sua cabeça.

Mas, em equilíbrio o Três percebe que seu modus operandi é uma ferramenta de realização e não sua essência. Assim, consegue usar seus dons de comunicação e “marketing” e, ao mesmo tempo, conhecer seus próprios anseios e necessidades através da virtude da sinceridade.

Três famosos: Mônica Geller (de Friends).

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Eneagrama - Tipo 2: Depois de tudo que fiz por você!

E voltando a nossa programação normal. Eu ia falar da viagem, mas vou deixar pra depois. Chega de irritar os Uns (por mais divertido que isso seja). Vou continuar com o que tinha começado: os tipos do eneagrama.
Hoje é a vez do tipo 2.
O Dois ama e acha que somente será amado e feliz se for necessário. Então ele se faz necessário. Ele tenta adivinhar as necessidades dos outros, se adiantar a elas e provê-las todas. Fica então com a sensação de que merece ter suas próprias necessidades atendidas da mesma forma. Quando os outros não correspondem… aiaiai. Estranhamente, os Dois têm um ótimo radar para perceber desejos e necessidades, mas têm um péssimo sensor para detectar limites. Ele é aquele que faz questão de aguar seu jardim e guardar sua correspondência mesmo que você não tenha pedido. E como aquele envelope parecia ser uma cobrança, ele tomou a liberdade de abrir porque se fosse o caso ele pagaria o boleto pra você. Percebeu o problema? O Dois não. Que problema? O que ele fez de errado? Ele só queria ajudar.
Se a paixão do Um é o perfeccionismo que, mal direcionado pela cólera leva à tirania e aos jogos de poder, a do Dois é o orgulho. Na visão do Dois em crise, só ele ama, só ele entende o amor, somente o amor dele é verdadeiro e digno. E não falamos aqui apenas do amor romântico e sim do amor em todas as suas formas. Assim, se ele não é retribuído da mesma forma (e é claro que ele não é) é porque o mundo é injusto e todas as pessoas são falsas, más e egoístas.
Porém, quando em equilíbrio, o Dois compreende a liberdade e se torna o grande ajudante altruísta, aquele que ajuda sem esperar retorno e que entende que cada um ama do seu jeito. Quando supera sua paixão, o Dois é realmente aquele que entende e conhece o amor verdadeiro.

Dois famosos: Madre Teresa de Calcutá e Marylin Monroe.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pausa na nossa programação normal

Paradinha estratégica nos posts sobre eneagrama. Motivo: viagem.

Voltamos em breve.
*
Neste momento os UNS bufam revoltados com tanta desorganização. Os DOIS se enchem de amor e compreensão. Os TRÊS acham um absurdo parar tudo por uma viagem de férias. Os QUATRO estão pouco se lixando, mesmo porque acham o destino muito comum. Os CINCO estão estudando guias de viagem. Os SEIS vão me mandar e-mails perguntando se fiz seguro viagem (lógico que sim!). Os SETE vão querer ir junto. Os OITO estão me dando uma banana. E os NOVE estão na paz.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Exemplo de Um

Pensei, pensei, mas foi dificil de achar.... também, quando achei, foi uma UM clássica.


Emily Gilmore. A mãe da Lorelai de Gilmore Girls é uma típica 1. Roupas e cabelos sempre impecáveis, sempre apropriados, sempre irrepreensíveis. Casa idem. As empregadas não duram uma semana trabalhando para ela, pois seu nível de exigência, altíssimo aceita nada menos que a perfeição. Ela chegou a demitir uma empregada só porque a moça fazia muito barulho quando andava. Lorelai entrou em trabalaho de parto enquanto estava sozinha em casa. Correu para a maternidade. Quando Emily chegou lá, Lorelai tomou uma tremenda bronca por ter ido sozinha a maternidade, porque isso não se faz, não é assim que deveria ser.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eneagrama - Tipo 1: Que lindo, tudo certinho!

Bom, antes de começar a falar sobre o tipo 1, preciso explicar melhor algumas coisas.
*
Primeiro, cada pessoa pertence a um tipo. Somente um. "Ah, mas na minha vida profissional eu sou mais competitiva, na minha família eu sou mais cordata, tenho certeza que não posso ser do mesmo tipo nas duas circunstâncias...". Na verdade o que acontece é que, quando você está em equilíbrio você tem um pouco de cada tipo em suas atitudes. Além disso, você pode ter um toque de um determinado tipo em certos setores de sua vida. Eu, por exemplo, embora seja 6, tenho muito de 1 quando exerço o papel de mãe (tadinhos dos meus filhos....). Mas não se iluda, seu tipo é somente um e ele se manifesta mais claramente quando você está em crise. É o chamado "pecado" ou "paixão" do tipo. Eu, particularmente gosto de chamar de paixão porque emburrece, cega e a gente ainda acha legal e quer mais.
*
Resumindo, profissionalmente você pode ser mais competitivo, na vida familiar você pode ser mais passivo/pacífico, morando no Brasil você é mais expansivo, quando se mudou pro Japão se tornou mais introspectivo, sente-se inibido e intimidado quando fala em público, mas super confiante falando para poucas pessoas, enfim, você se comporta e se sente diferente em situações diversas. Mas lá no fundo, suas motivações são sempre as mesmas bem como sua paixão.
*
Preciso também falar dos centros de energia. Temos 3 centros: o mental ou da cabeça, o emocional ou do coração e o instintivo ou das entranhas. Cada tipo pertence a um centro e cada centro contempla três tipos.
*
E agora, que já irritei os Uns, que gostam de tudo organizadinho e na ordem certa, vamos começar.
*
O Um pertence ao centro instintivo, sua emoção é a raiva e ela é interiorizada.
*
O Um é um perfeccionista. Para ele existe apenas um jeito certo de viver e sentir e é o jeito dele. O erro o incomoda. Muito. O erro deve ser apontado e corrigido. Como seu ponto de vista é o certo, os outros devem obedecer, seguir o exemplo. Como isso não acontece, surge a raiva, os jogos de poder, de rejeição e culpa.
O Um pode parecer um tirano e é, quando está em crise. Mas a maior vítima desta tirania é ele próprio. Quando ele consegue lidar com a crise de forma sábia, surgem suas maravilhosas qualidades de serenidade, igualdade e perfeição natural.
Para o Um, todos são iguais.
As regras devem ser seguidas.
A beleza está na ordem.
Deus está na organização.
*
Eu disse antes que quando exerço o papel de mãe eu sou meio 1. Aliás, sou bem 1. Mas o que engatilha meus ataques de Um é o medo que o Seis sente (do qual vou falar depois). O medo de não passar valores corretamente, de não educar de forma apropriada, de estar sendo negligente ou indulgente demais com as crianças. Daí, me refugio na ordem, na perfeição, na severidade, nas regras do Um. São ações Um, motivadas pela crise do Seis.
*
Viu como sou fácil de conviver?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O que é Eneagrama

O que eu mais gosto do pessoal que frequenta este cafofo é que vocês têm vida. Sábado e domingo o povo some daqui e eu acho o máximo porque isso significa que vocês têm mais o que fazer. Outra coisa que eu gosto é que vocês odeiam deixar comentários e preferem me mandar e-mails. Não entendo o motivo (timidez?), mas gosto. Tudo bem que gosto também de ter comentários, mas vejo tanta gente invadindo e dominando as caixas de comentários dos outros blogs que eu acho fofo ter leitores tão reservados, hehehe. Daí que nos últimos dias recebi uma avalanche de e-mails perguntando sobre eneagrama. E eu tava com uma preguicinha de entrar em maiores detalhes, mas simbora, xô preguiça!
*
Então, eneagrama é uma forma de autoconhecimento baseada nos 9 padrões de consciência, que alguns chamam de dons, ou virtudes. Daí você fala, como assim, só 9 tipos? Então você pega toda a humanidade e separa em 9 grupos? É isso? É, é isso. Mas mesmo assim, toda a complexidade de cada ser humano é levada em consideração. Porque estes tipos do eneagrama dizem respeito a motivação básica de cada pessoa.
*
Ah, antes de prosseguir, este não é um curso de enagrama. São só algumas informações e um bom punhado de achismos de alguém que realmente se entusiasmou com o assunto. Para maiores informações, mais acuradas, mais detalhadas, mais completas e melhores, sugiro fortemente um curso com A.Racily ( racily.eneagrama@yahoo.com.br ). Divertido, esclarecedor e com gosto de quero mais.
*
Bom, isso posto, temos então 9 tipos. Que são..... 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. É. Pois é. Números. Bem que podiam trocar os números por alguns nomes bem glamurosos e shykes, mas não... Mas vamos indo que vocês se acostumam.
*
E só pra fazer suspense, a partir de amanhã vou postando um tipo por dia.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Medo e eu

Veja o título deste post: o medo vem antes. E em maiúscula. Mas isso não é nada. Pensei inicialmente em "O Medão e euzinha". Porque é bem assim mesmo. O medo parece ser bem maior que eu. Explico.

A primeira vez que percebi a extensão do medo em minha vida e de sua influência em minhas decisões foi quando o Fabio fez um curso de eneagrama e, empolgado se pôs a pesquisar qual o meu tipo. Para quem não conhece, eneagrama é uma forma de autoconhecimento que se baseia nas motivações de cada pessoa, sendo que existem basicamente 9 motivações básicas. Após alguma pesquisa o meu tipo saltou a vista: 6 fóbico, resumidamente uma pessoa motivada pelo medo e que tende a reagir fugindo. Oras, isso não é nada lisonjeiro. Não é assim que quero que me vejam. Então neguei o quanto pude. Até o dia em que fui eu mesma fazer o curso (para saber mais, veja este post).

Daí, após 2 dias e meio de investigação e auto observação fui obrigada a encarar os fatos: sou mesmo um 6 fóbico. E o que me parecia normal e corriqueiro não o são. A saber: conhecer as saídas de emergência, as normas de segurança, como usar os dispositivos de segurança, escolher lugares com base em rotas de fuga, saber onde estão os extintores. É, eu sei. Sem comentários.

Mas, após aceitar que eu sou assim mesmo, as coisas ficam mais fáceis e é até possível se divertir com meus destemperos e neuroses. Conhecendo o mecanismo de sua motivação básica, você pode impedí-lo de se tornar um peso. Exemplo: eu sei onde estão os extintores e as saídas de emergência. Mas se eu percebo que o local em que estou não possui nenhum dos dois, relaxo e curto o passeio mesmo assim. Apesar do tamanho e força do medo, procuro focar na fé e na confiança.

Mas engraçado mesmo é quando topo com meus iguais. Com outras pessoas tomadas, levadas, envolvidas pelo medo. Como hoje. As crianças em casa estão meio resfriadinhas. Nada demais, considerando se o frio que tem feito. Mas como era de se esperar, entrei em pânico.

Liguei de novo para as clínicas particulares em busca da vacina da gripe suína. Nada. A previsão era terem em abril, passou para 15 de maio e agora talvez (TALVEZ) seja semana que vem. Pesquisei a campanha de vacinação para ver se alguém teve o bom senso de incluir as crianças em idade escolar. Nada.

Daí fiz o que qualquer cidadão sensato faria em meu lugar. Xinguei a ANVISA, maldisse o ministério da saúde, a secretaria da saúde, os laboratórios. Sobrou até para as populações indígenas, que receberam a vacina primeiro. Nada contra os índios, pelamordedeus, mas esse limbo étnico que nesse país serve pra justificar de tudo é um absurdo. Se eu fosse índia, trataria de declarar guerra e essa gentalha que suja o nome e a cultura de meu povo. E tenho dito. Mas divago.

O que eu quero dizer é que este tal critério da ANVISA para determinar o alvo da campanha de vacinação da H1N1 pode até ser coerente com o que dizem os profissionais da saúde. Mas eu não sou profissional da saúde. Sou mãe. E, se dependesse das mães, não haveria guerras e as vacinas seriam sempre dadas às crianças primeiro, no matter what.

Então, procurei na internet algum grupo de discussão de mães a respeito da H1N1, pra ver se alguém tinha alguma idéia de como obter a vacina. E me deparei com a seguinte frase: "...porque se a vacina for disponibilizada somente em maio pode ser tarde....". PODE SER TARDE. Minha reação foi rir. Nossa que exagero, que trágica.... hahaha. Até que percebi que lá no fundo da minha mente era exatamente isso que eu estava pensando. Que maio podia ser tarde. Gente do céu.... sou mais doida que eu pensava.

Daí baixou a sanidade de volta ao meu ser. Parei o que estava fazendo, deixei de lado meus planos mirabolantes de invadir um posto de saúde na calada da noite e roubar vacinas (imaginem euzinha, vestida de ninja, descendo do teto pendurada em uma corda, tipo Missão Impossível, pra roubar 2 doses de vacina....).

E estou tentando "ligar" a minha fé, a confiança em que nada de mau acontecerá, que tudo tem remédio e que vacina chegará logo as clínicas particulares.

Mas se você aí souber de algum modo legal de obter vacinas da H1N1, me fala, ok?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Surtei

Pois é. Bebê no berçário. Alta ansiedade. Melhor sair de casa e dar uma volta, certo? Hum.... Então eu resolvi sair. Estamos planejando uma viagem para o mês que vem e deve estar muito calor no nosso destino. E anda hiper difícil achar roupas de verão para bebês. Então decidi ir a uma ponta de estoque só pra dar uma olhada. Ah ta....

Primeiro fui a loja da BBmoderno. Fica no Itaim e é uma tentação. Como eu queria roupas fora da estação a vendedora me levou pro andar de cima, onde fica a ponta de estoque. Imaginei algumas pecinhas e pouca numeração. Péééééin. Errado! As araras estavam CHEIAS de opções lindas. Inclusive algumas roupinhas de frio! Enfiei os dois pés na jaca com classe e vontade.

Como a jaca já estava pisada mesmo, resolvi ver algumas roupas para a Isabella também. Daí já tinha menos opções, porque a grife trabalha com roupas até 6 anos. Mas mesmo assim garimpei algumas calças e vestidos por preços excelentes.

De lá, sempre tendo em mente que a jaca já era, fui ao Outlet Infantil, na Liberdade (av Liberdade, 128). Fantástico. Peças da Green e da You com até 50% de desconto. Uma arara nos fundos com 70% de desconto, só porque as peças eram de coleções antigas. Lá achei mais coisas para a Isabella do que para o Roger. Calças de veludo lindas por menos de 30,00. Aiaiai...

Aproveitei e entrei numa das mercearias da Liberdade e arrematei meu dia de preços baixos comprando 3 caixas de shimeji a 2,60 cada, sendo que na feira perto de casa elas custam 6,00 no mínimo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Stress e algumas considerações

Primeira semana do Roger no berçário. O berçário é excelente. Sei que esta é a decisão correta. Mas meu coração está pequenininho e em pedaços.
*
No primeiro dia de berçário, resolvi me manter bem ocupada pra não ficar remoendo a culpa. Fui, então, a dentista que já havia me dito que ia judiar de mim. Achei que, sentindo dor, não iria conseguir sofrer. Não adiantou nada.
*
Freud diria que eu estava tentando me punir. Nha... não funcionou de qualquer jeito.
*
E pra ajudar, minha assistente do lar começou a chorar quando eu disse que o Roger tinha ido ao berçário. Pode?????
*
E, como qualquer um que me conhece bem pode atestar, o stress da culpa aumenta ainda mais minha ansiedade e minha irritação, que não são coisa pouca. Então, vai vendo.
*
Alguns pensamentos que têm iluminado minha semana tão bacaninha:
*
Eu não sou apressada. O resto do mundo é que é lerdo.
*
Gente lerda só existe pra me irritar.
*
Dormir pra que, minha gente?
*
Teve um tempo que eu conseguia meditar. Ficar parada respirando relaxadamente durante 30, 40 minutos. O que aconteceu comigo?
*
Rosnei contra umas 5 pessoas no trânsito, só na parte da manhã. Porque todo mundo faz questão de entrar na minha frente e daí, subitamente, perdem a pressa? Ah, claro... pra me irritar.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Homem é uma coisa ótima

Não, o título deste post não é irônico: eu realmente penso assim.

O mundo masculino sempre me fascinou. As coisas sempre parecem mais fáceis, mais simples para os homens. Daí uma feminista mais empedernida bradaria "porque o mundo é masculino, o status quo é masculino, yadda, yadda, yadda!". Discordo. A coisas parecem fáceis para os homens porque eles facilitam as coisas. O mundo parece simples, porque eles simplificam. Só isso.

Mulheres sofrem. Homens resolvem. Mulheres tentam ser perfeitas. Homens tentam ser felizes. Mulheres querem ser autosuficientes. Homens delegam. Mulheres sentem culpa, medo, se martirizam. Homens tocam um foda-se e seguem adiante.

Não que nós mulheres estejamos erradas. É só uma questão de modus operandi. E complementação. Homens funcionam de um jeito e mulheres de outro. E um dá suporte para o outro. Simples assim.

Porque quando uma mulher reclama de um homem, normalmente está reclamando de que ele não é mulher. "Ele acha que pode resolver tudo", "ele não entende que só estou desabafando", "ele não percebe o que estou sentindo", "ele não gosta de conversar" . Tudo isto pode ser resumido a "ele não é minha melhor amiga". Não, chuchu, ele não é. Ainda bem.

Veja só: outro dia eu estava um caco. Bebê de 1 mês em casa, mamando em horários absurdos, com crises de cólica tenebrosas. Criança de 5 anos entediada, vendo TV o dia inteiro. Eu, me martirizando. Sentindo culpa pelo tédio da mais velha, pela cólica e pela fome ultra-mega-blaster do mais novo. Eu me preocupando com os efeitos de 6 horas consecutivas de TV no desenvolvimento da mais velha. Eu me sentindo uma bruxa por estar cansada e irritada. Eu me sentindo culpada por desejar mandar a mais velha para a escola, onde estão rolando atividades de férias. "Que droga de mãe eu sou, não dou conta de duas crianças super boazinhas!".

O Fabio chegou em casa e, vendo minha cara péssima, perguntou se eu estava cansada. Eu, com vontade de berrar SIM! Mas lembre-se: ele não é mulher, ele não adivinha sentimentos. Ele perguntou se eu passava o dia preocupada com a Isabella estar entediada. Sim, oras, claro. Então ele não sabe que é tudo minha culpa? Em seguida, ele fez o que os homens fazem: resolveu o problema. Decidiu que a Isabella iria a escola no dia seguinte, informou isso a ela, ela choramingou e ele calmamente explicou que ela não estava indo para um campo de concentração e sim para um lugar onde os amigos dela estavam brincando, onde tinha piscina, passeios, piqueniques, cineminha, etc. Enquanto eu esboçava um protesto contra sua "intromissão", ele decidiu também que naquela noite o bebê só tomaria mamadeira, e que o turno da noite seria dele.

Graças a ele, consegui descansar o suficiente. Consegui desestressar o suficiente. A Isabella está animada e bem ativa. O Roger está regularizando o ritmo das mamadas. E cá estou eu hoje animada o bastante pra escrever este post.

E então? Homem não é mesmo uma coisa ótima?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo

Andei sumida, mas tive bons motivos.
*
O Roger nasceu, é um menino lindo, fofo e calminho.
*
As primeiras semanas, porém, são sempre meio difíceis e cansativas, então somente agora, consigo postar algumas linhas para desejar um Feliz 2010 para todos vcs.
*
E agora vou lá que o dever me chama.