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domingo, 20 de maio de 2012

Megalomaníaca, eu????

Minhas quintas-feiras são inacreditáveis.
Começam como todos os outros dias. Acordar, levar as crianças a escola, trabalhar, ir pra casa. Daí tudo muda. Quinta-feira a noite vou ver amigas incríveis. Quinta-feira vou ver minha "gurua" (se ela souber que estou chamando-a de gurua é capaz de me dar um cascudo...). Quinta-feira vou aprender mais alguma coisa sobre mim que ainda não sei.
Às vezes é dolorido. É difícil olhar de forma clara e objetiva para os próprios erros e reconhecê-los. Mas, é necessário.
Quinta-feira nosso compromisso é com nós mesmas e com nosso crescimento. E não tem como seguir este compromisso sem verdade.
E já faz algumas semanas, temos falado de libertação. Vivemos uma época em que as regras sociais são frouxas e há uma maior liberdade de ação. Mas mesmo assim, nós criamos nossas próprias amarras. Estruturas mentais, ilusões, regras auto-impostas que nos limitam e aprisionam. Por mais livre que cada um pareça, todos temos nossas amarras. Libertar-nos delas é preciso. E, para isso, reconhecê-las é imprescindível.
Cada uma falou daquilo que identificava como item limitador e da qual precisava se libertar. Quando chegou minha vez, de cara, não soube responder. Pensei, muito, puxei pela memória, voltei até a infância. E percebi que tendo a carregar o mundo nas costas. Sinto-me sempre responsável por tudo. Acho sempre que só eu posso resolver tudo que existe no mundo. Tenho também uma crença interna de que tudo no mundo tende, no fim, a decadência e a melancolia e me rebelo, tentando escapar a esta regra. Aparentemente, descobri enfim porque meus ombros estão sempre tão tensos.
Engraçado é que há algumas semanas, o Fabio afirmou que eu tendia a ser "megalomaníaca". Discordei, claro. Afinal, pra mim, megalomaníaco é aquele que come sardinha e arrota caviar. E eu não sou assim. Mas agora, entendi. Megalomania é "mania de grandeza" e, além da coisa de querer aparentar mais do que aquilo que se é, significa também creditar a si mais poder do que se tem. E, se eu acho que sou a única pessoa que pode resolver tudo e que pode burlar uma lei universal, bem.... megalomaníaca, né?
Bom, e aí? Descobri uma das fontes da minha tensão constante. E agora? Agora, é me lembrar todo dia de que sou só uma pessoa normal, rodeada de pessoas normais e que somos todos perfeitamente capazes de resolver cada qual seus próprios problemas. É me lembrar constantemente de substituir essa crença na inevitabilidade da decadência e da tristeza do fim por outra, mais positiva e realista. Como fazer isso? Fazendo. Exercitando um outro olhar sobre a vida. Vou tentar. Estou tentando.