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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eneagrama nos filmes - Nove

contém spoiler

Noiva em fuga (Runaway Bride)

Mas o nome bem que podia ser Nove em Fuga ou Runaway Nine. Pra quem não conhece a história, Maggie Carpenter (Julia Roberts) tem o estranho hábito de fugir da igreja bem na hora do sim. Já deixou vários noivos no altar. Isto chama a atenção de um jornalista, Ike Graham (Richard Gere) que vai até a cidadezinha onde ela vive para entender o que acontece. O que o intriga é que outros homens continuem propondo casamento a ela, mesmo sabendo que correm o risco de ficarem plantados na frente da igreja. É a atração do 9. Claro que ser a Julia Roberts ajuda bastante, mas as pessoas gostam do Nove, lembra? Ninguém consegue ficar bravo com um Nove por muito tempo. Tanto é que os ex-noivos todos são amigos de Maggie. E é aí que a “novice” toda começa a aparecer.

Ike faz perguntas aos ex-noivos sobre Maggie. Como ela é, do que ela gosta... E cada um responde uma coisa diferente. Parece até que cada um deles foi noivo de uma garota diferente. A pergunta mais emblemática era “como Maggie gosta dos ovos no café da manhã?”. A resposta começava sempre igual: “ah, do mesmo jeito que eu...” e a partir daí variava: mexidos, omelete, só claras... Confrontada por Ike, Maggie foge da resposta do porque agia assim. Mas, incomodada, começa a conversar com seus ex, procurando pistas sobre si mesma.

O filme avança, descobre-se que Maggie era uma aluna brilhante e que abriu mão de uma vaga na faculdade para cuidar do pai alcoolatra. O mesmo pai que, ao lado de todos os parentes e amigos, zomba dos casamentos de Maggie. Ela obviamente não aprecia as piadas, mas não diz nada para evitar o conflito. Quando Ike a defende, dando um puxão de orelha em seus familiares e amigos, Maggie fica furiosa porque não queria atritos, tudo estava bem enquanto ela ignorava as provocações.

São alguns pontos marcantes num Nove: a sensação de menos valia, que neste caso levava a vários relacionamentos, como se Maggie buscasse fora de si um atestado de seu próprio valor; a fuga do conflito; e a fusão no outro, a ponto de não conhecer suas próprias preferências. Quando Ike pergunta a ela qual é enfim seu ovo preferido, ela não sabe responder.

Num certo momento, Maggie e Ike se descobrem apaixonados. Lógico, afinal são Julia Roberts e Richard Gere, né... E marcam casamento. Expectativa. Será que dessa vez vai? Não foi. Maggie foge de novo, para desespero de Ike.

Meses se passam. Um belo dia Maggie aparece no apartamento de Ike e diz “benedictine”. Como? “Gosto de ovos benedictine, odeio todos os outros tipos”. Ela explica: fugiu porque ainda continuava a mesma, sem saber quem era e do que gostava. Não queria começar uma vida com ele, cometendo os mesmos erros de sempre. Quis primeiramente se conhecer e resolver sua própria vida sozinha. E foi o que fez. Experimentou coisas e situações sozinha para conhecer suas reações e vontades. Reconheceu seu talento artístico e começou a produzir peças para uma loja de decoração. Descobriu que odeia cerimônias de casamento. Que ser observada a deixava nervosa. E somente quando se enxergou de verdade, procurou por Ike, esperando que ele ainda a amasse. Ainda amava, claro. E dessa vez se casaram. E provavelmente foram felizes para sempre.

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