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terça-feira, 27 de julho de 2010

Formula 1, que coisa feia....

Nunca gostei de formula 1. Acho chaaaaaato de dar dó. Agora, quando o resultado é forçado pela equipe, é a chatice elevada ao quadrado.
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Afinal de contas, esta josta é um esporte coletivo ou individual? Sempre entendi que se tratava de um esporte individual. Neste caso, o sr Luca de Montezemolo, presidente da ferrari, está errado e os interesses da equipe não se sobrepõem aos individuais coisíssima nenhuma. Isto faz sentido em futebol. Basquete. Volei. Porque são esportes coletivos. A vitória é da equipe. Todos sobem juntos ao pódio. Que eu saiba, este não é o caso da formula 1.
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O próximo item a ser incluído nos carros de fórmula 1 será a seta. Para a gente poder sinalizar pra lado que vai sair para dar caminho. Mas isso só vai ser instalado em carros pilotados por brasileiros. Os demais corredores jamais aceitariam ser tratados feito lixo.
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E que saudade de Nelson Piquet (o pai, lógico). Bocudo, marrento, briguento. Todos amavam odiá-lo. Mas, mesmo quem não gostava de formula 1 podia se divertir vendo gente com espírito competitivo, brigando de verdade pra vencer.
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Hoje... hoje é esta irritante e inexplicável postura submissa dos pilotos brasileiros. Ô coisa irritante! Cadê a vontade de vencer? Cadê a personalidade? Cadê a rebeldia? A impressão que dá é que somos todos uma cambada de ovelhinhas. Os caras mandam sair da frente, a gente sai. Os caras mandam ceder a vitória, a gente obedece. Ridículo! Dá vergonha de ser brasileiro.
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Aliás, ser brasileiro é mesmo uma vergonha. Vamos reconhecer. Somos um país de bananas, de paga-pau de gringos, de gente fraca, ignorante, egoísta e que só sabe mesmo mostrar a bunda e fazer piadinha. E é isso aí. Podem vir, explorar o país, roubar nossas refinarias de petróleo, explodir o país inteiro que nós ainda agradecemos e damos um macaco pra você levar pra casa.
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Só me resta mesmo sonhar. Sonhar com um pingo de dignidade, força e personalidade. Só um pingo mesmo já deve fazer diferença. Talvez fosse o suficiente. Imaginem a cena. O sujeito da equipe dá a ordem para o piloto brasileiro dar a vitória para o outro palhaço (sim, porque vencer deste jeito é uma vergonha também, viu, seu alonso?). Silêncio. "Confirma recebimento da mensagem, cucaratcha?". "Sim, mensagem recebida.". E, em seguinda, pisa mais fundo ainda no acelerador, ganha a corrida bonito e ainda mostra o dedo pro outro palhaço. E pro resto da equipe. Dilícia.
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Ou, o cara da equipe manda o piloto brasileiro forjar um acidente pra cancelar a corrida. Beleza, caras, vocês que mandam. Vai lá e atropela o presidente da escuderia. O que? Não era pra forjar um acidente? Então!
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Só sei de uma coisa: em sinal de protesto não vou mais comprar ferraris.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Procuram-se damas

Gosto do Pânico na TV. É um humor esculachado, muitas vezes forçado e apelativo, mas ainda assim, humor. E quebra a depressão do domingo, o que é muita coisa, diga-se. Mas alguns quadros são difíceis de engolir. Como o da tal mulher arroto. Como se não bastasse a avalanche de mulheres-frutas ainda temos que aturar as mulheres-ruídos-corporais. Ninguém merece. Mas às vezes, sinto uma pequena esperança.

Li ontem a notícia de que a mulher arroto foi afastada do Pânico por tempo indeterminado. Motivo: houve uma celeuma quando a tal tentou vitimar a atriz Laura Cardoso. Fiquei intrigada, afinal, o quadro está no ar há bastante tempo e muitas pessoas foram atacadas sem que se esboçasse reação tão intensa. Descobri, então, que Laura Cardoso estava numa tarde de autógrafos num shopping, prestigiando uma colega. Rodeada por jornalistas, foi extremamente gentil e atenciosa com todos, inclusive com a falsa-jornalista-mulher-arroto. Quando os jornalistas de verdade viram que a nulher arroto ia atacar, impediram-na. A mocinha ainda ficou brava, ameaçou chamar a polícia e acabou sendo retirada do recinto por seguranças do shopping.

Os jornalistas disseram que entendiam o humor escrachado do Pânico, mas que julgavam uma mera grosseria arrotar no rosto de uma senhora de 80 anos. Daí, o de sempre. Gente concordando com os jornalistas, gente atacando o Pânico, gente defendendo a mulher-arroto, um monte de gente xingando. E eu achei muito interessante duas coisas: esta não é a primeira vez que a mulher arroto ataca uma senhora de idade (Hebe já foi vítima) e uma palavrinha que ficou pululando lá e cá nos comentários. Dama. "Não se faz isso a uma dama....".

Ou seja, a questão não é a idade e sim a postura de Laura Cardoso. A delicadeza e a gentileza em contraposição a grosseria gratuita. O talento em contraposição à apelação. A simplicidade em contraposição a arrogância. Compreendi que nem tudo está perdido. O ser humano comum ainda é capaz de reconhecer a atitude superior e o refinamento quando os vê. E, quando este reconhecimento ocorre, não é possível ignorá-lo.

Quem dera houvesse mais damas no mundo. Aceitaríamos, então, menos feiúras e menos maldades. O mundo seria menos grosseiro. Será este o grande papel feminino? Inspirar atitudes e transformações, através da delicadeza e da beleza?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Um tempinho


Um tempinho só pra mim.
Só meu.

Tempo de colocar as coisas em ordem.
Tempo de sonhar.
Brincar com as crianças.
Cuidar.
Embelezar.
Saracotear.

Que luxo!
(Imagem:Getty Images
)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estranheza

Deveria estar triste, mas não estou.
Deveria estar preocupada, mas não estou.
Deveria estar com pressa, mas não estou.

Será que eu sou eu mesma?

Só penso em sair, curtir, fazer nada...

Opa, a culpa acabou de me cutucar... ufa, sou eu mesma.

Tá tudo certo! ;)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eneagrama nos filmes - Nove

contém spoiler

Noiva em fuga (Runaway Bride)

Mas o nome bem que podia ser Nove em Fuga ou Runaway Nine. Pra quem não conhece a história, Maggie Carpenter (Julia Roberts) tem o estranho hábito de fugir da igreja bem na hora do sim. Já deixou vários noivos no altar. Isto chama a atenção de um jornalista, Ike Graham (Richard Gere) que vai até a cidadezinha onde ela vive para entender o que acontece. O que o intriga é que outros homens continuem propondo casamento a ela, mesmo sabendo que correm o risco de ficarem plantados na frente da igreja. É a atração do 9. Claro que ser a Julia Roberts ajuda bastante, mas as pessoas gostam do Nove, lembra? Ninguém consegue ficar bravo com um Nove por muito tempo. Tanto é que os ex-noivos todos são amigos de Maggie. E é aí que a “novice” toda começa a aparecer.

Ike faz perguntas aos ex-noivos sobre Maggie. Como ela é, do que ela gosta... E cada um responde uma coisa diferente. Parece até que cada um deles foi noivo de uma garota diferente. A pergunta mais emblemática era “como Maggie gosta dos ovos no café da manhã?”. A resposta começava sempre igual: “ah, do mesmo jeito que eu...” e a partir daí variava: mexidos, omelete, só claras... Confrontada por Ike, Maggie foge da resposta do porque agia assim. Mas, incomodada, começa a conversar com seus ex, procurando pistas sobre si mesma.

O filme avança, descobre-se que Maggie era uma aluna brilhante e que abriu mão de uma vaga na faculdade para cuidar do pai alcoolatra. O mesmo pai que, ao lado de todos os parentes e amigos, zomba dos casamentos de Maggie. Ela obviamente não aprecia as piadas, mas não diz nada para evitar o conflito. Quando Ike a defende, dando um puxão de orelha em seus familiares e amigos, Maggie fica furiosa porque não queria atritos, tudo estava bem enquanto ela ignorava as provocações.

São alguns pontos marcantes num Nove: a sensação de menos valia, que neste caso levava a vários relacionamentos, como se Maggie buscasse fora de si um atestado de seu próprio valor; a fuga do conflito; e a fusão no outro, a ponto de não conhecer suas próprias preferências. Quando Ike pergunta a ela qual é enfim seu ovo preferido, ela não sabe responder.

Num certo momento, Maggie e Ike se descobrem apaixonados. Lógico, afinal são Julia Roberts e Richard Gere, né... E marcam casamento. Expectativa. Será que dessa vez vai? Não foi. Maggie foge de novo, para desespero de Ike.

Meses se passam. Um belo dia Maggie aparece no apartamento de Ike e diz “benedictine”. Como? “Gosto de ovos benedictine, odeio todos os outros tipos”. Ela explica: fugiu porque ainda continuava a mesma, sem saber quem era e do que gostava. Não queria começar uma vida com ele, cometendo os mesmos erros de sempre. Quis primeiramente se conhecer e resolver sua própria vida sozinha. E foi o que fez. Experimentou coisas e situações sozinha para conhecer suas reações e vontades. Reconheceu seu talento artístico e começou a produzir peças para uma loja de decoração. Descobriu que odeia cerimônias de casamento. Que ser observada a deixava nervosa. E somente quando se enxergou de verdade, procurou por Ike, esperando que ele ainda a amasse. Ainda amava, claro. E dessa vez se casaram. E provavelmente foram felizes para sempre.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mil pratos: moleza!

Engraçado, relendo o post abaixo me dei conta de algo realmente impressionante: eu dou conta. Eu consigo equilibrar os mil pratos. Eu tenho conseguido exercer meus papéis todos. E direito. Tenho negligenciado um pouco os meus cuidados pessoais, como exercícios e consultas médicas, o que tem me incomodado, mas é só. De resto, tudo tem se encaixado. Por incrível que pareça.

Claro que de vez em quando me vejo tendo que abrir mão de alguma oportunidade profissional que me parece tentadora, por não poder me ausentar muito ou viajar. Dói, mas sobrevivo.

Só preciso mesmo aprender a viver com mais leveza, a enxergar as coisas dentro das proporções corretas, a não esquecer de me divertir enquanto vivo. Não dá pra esperar todas as minhas obrigações terminarem para daí me divertir, porque quando minhas obrigações acabarem, certamente já terei morrido.

Me lembro da Jade, minha professora de dança do ventre. Estávamos ensaiando uma coreografia. Depois de muito tempo e esforço, os passos começavam a sair direitinho, no tempo certo, bonitinhos. No final do ensaio estávamos orgulhosas porque parecia que não havia mais nada a corrigir ou retocar. Então, ela olhou pra nós e disse: “Ótimo, meninas. Agora tudo de novo, só que sorrindo.”.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Equilibrando mil pratos

Sou mãe. Preciso cuidar dos meus filhos, atender suas necessidades, educá-los, prepará-los para o futuro. Mantê-los saudáveis, bem alimentados, bem vestidos, aquecidos e seus pertences organizados. Aliás, preciso ensiná-los a se organizar. Fazê-los se sentirem amados e acolhidos. Deixar a casa acolhedora e aconchegante para eles. Mandá-los para a escola no horário certo, buscá-los no horário certo. Mandar todos os dias lanches gostosos, nutritivos e variados. Preparar seu material escolar, organizar e limpar a lancheira, montar a mochila da natação, do judô, do balé. Comprar maiô, touca, óculos de natação, meia calça, sapatilha, redinha para cabelo, saia, casaco, quimono, chinelos, tênis, uniformes, itens que se perdem constantemente e precisam ser repostos. Preciso conversar com os professores, ajudar nas lições de casa, comprar presentes de aniversário para os amiguinhos, presentes de dia dos professores, de Natal, de Pascoa, organizar festas de aniversário. Preciso levá-los ao pediatra, homeopata, ao dentista, oftalmologista, fonoaudióloga e para fazer exames. Preciso comprar remédios e ministrá-los. Preciso acordar de madrugada para dar mamadeira para o mais novo, para cobrir a mais velha, para checar temperaturas.

Claro que o pai ajuda e muito. Mas aí é que está. Ajuda. A atividade é primordialmente minha. Se a criança não vai ao pediatra ou não faz algum exame ou não toma algum remédio, ou se suas roupas estão em mau estado, a falha é minha e nem adianta alguém dizer que não é. É sim.

Sou profissional. Preciso ir trabalhar, resolver problemas, atender os clientes. Preciso chegar na hora certa e ficar até quando for necessário. Preciso estar disponível para cursos e viagens. Preciso me apresentar bem, me manter atualizada, fazer e manter contatos. Preciso priorizar o trabalho, ser produtiva. Preciso estar disponível para cruzar a cidade para ir até o cliente.

Só até aqui, você já percebeu algum conflito? Como levar e buscar as crianças na escola se eu preciso estar disponível para viagens e para cruzar a cidade para ir ao cliente? Mas espera que fica pior.

Sou dona de casa. Preciso orientar minha assistente do lar, controlar a realização das tarefas, cobrar, corrigir, elogiar. Preciso montar o cardápio da semana, fazer compras, verificar se está tudo em ordem. Aqui parece ser pouca coisa e que eu poderia soltar a mão e delegar totalmente. Triste engano. Tentei fazer isso e o resultado foi caos (na casa) e irritação (minha). O fato é que se eu não fizer marcação cerrada as coisas ficam ao deus dará.

Sou um indivíduo. Tenho minhas próprias necessidades. Preciso ir a ginecologista, oftalmologista, cardiologista, homeopata, endocrinologista. Preciso fazer exames, seguir tratamentos, ir ao acupunturista uma vez por semana. Preciso me exercitar pelo menos 3 vezes por semana, idealmente, todos os dias. Preciso fazer manicure, cortar o cabelo e fazer limpeza de pele. Preciso ligar para meus amigos, preciso encontrá-los, mesmo para que eles me lembrem que eu existo. Preciso eliminar peso, ganhar massa muscular, adotar hábitos saudáveis. Preciso ficar linda, gostosa e elegante.

Este é o nó que eu estou tentando desfazer. Como ser tudo ao mesmo tempo, direito e sem sofrer? Como ser a profissional confiável e dedicada que eu sempre me orgulhei de ser sem me tornar uma mãe negligente e ainda assim, cuidar da casa sem deixar de cuidar de mim mesma? E como fazer tudo isso com leveza e prazer? Como?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Tipo 9: Deixa disso, gente boa.

O Nove é o grande pacifista. Ele sabe se relacionar com as pessoas, sabe ver o valor de cada um, consegue compreender os pontos de vista de todos. Sabe solucionar conflitos, construir pontes, unir. Se o Oito só enxerga branco e preto, o Nove só enxerga cinza. Vários tons de cinza. E acha todos lindos.

Um Nove contando uma história pode ser exasperante. Começa a contar a história, daí lembra de outra coisa, daí inclui algum outro detalhe importante, daí resolve te contar porque está te contando a história, daí lembra de outra história parecida.... qualquer narrativazinha de 2 linhas vira “A Saga” na mente detalhista e observadora de um Nove.

O Nove é o boa gente, aquele que todos amam. Se um chefe Três ou Oito desavisado resolver pegar pesado com um Nove pode acabar tendo que enfrentar um motim em sua empresa. Todo mundo toma as dores do Nove. Todo mundo ama os Nove. Exceto eles mesmos.

Dá uma lida nas qualidades acima. Não é de dar inveja? Pois é. Apesar disso, os Noves têm uma estranha sensação de menos valia. No curso de eneagrama que fiz, após uma manhã inteira falando das qualidades dos Nove, os Noves cercaram a intrutora e perguntaram: “tá, ok, mas o que os Noves têm de bom afinal de contas?”. Risos de todos os outros tipos...

Um Nove em crise se esquece de si em prol dos outros e do coletivo. A busca da paz sobrepuja suas próprias necessidades. Quando o Nove supera este esquecimento e se lembra de lembrar de si mesmo, aplica em sua vida seus talentos de compreensão e construção, se ama e se torna construtivo.

Noves famosos: Gandhi.