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quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sabores inesquecíveis - Top 5

5 - Moqueca de lagosta em Jericoacoara.
Em uma tarde quente de janeiro, há quase 15 anos, eu estava sentada num restaurantezinho bem pequeno, simples e familiar a beira do mar, em Jericoacoara. Na época, Jeri começava a ser conhecida. O lugar estava se preparando para receber turistas. Os poucos hotéis da época ofereciam uma estrutura pouco melhor do que os albergues em que eu estava ficando naquelas férias. Sentei-me numa mesinha praticamente na areia e pedi a tal moqueca. Mal sabia eu que em poucos minutos eu estaria saboreando um caldo de aroma indescritível, e uma quantidade surpreendente de carne de lagosta, fresquíssima, tenra, no ponto exato. Acompanhando, a indefectível cerveja abaixo de zero. Ah....

4 - Arroz com carne moída
Estávamos nos preparando para subir o Pico da Bandeira. Para tal, passamos o dia inteiro caminhando, subindo morro, descendo morro, nadando em cachoeira, andando, andando e andando. Até chegarmos no acampamento ao pé do pico, onde dormiríamos até as 3:00 da matina, quando começaríamos a subida propriamente dita. Bem, apesar da mordomia de não carregarmos nossas barracas, isolantes térmicos, casacos, agasalhos extras e pantufas de coelhinho, que já haviam sido despachadas de mula (vantagem em se fazer ecoturismo com pacote turístico), estávamos m-o-r-t-o-s de cansaço e famintos. Olhando ao redor, víamos as outras pessoas, que haviam ido por conta própria, degustando suas sopas maggi. Olha, aquilo já parecia um manjar dos deuses. Mas o que aconteceu foi que, enquanto estávamos decidindo se tomávamos banho ou não, já que o sol já tinha se posto, o vento estava gelado e o que saía dos chuveiros disponiveis era a mais pura e gélida água mineral.... os guias estavam preparando a comida. Que nós imaginávamos ser a tal sopa em pó mesmo. Mas, surpresa: tinha arroz, carne moída, milho e ervilha. E tudo quentinho! Gente, naquele momento, aquela era a melhor comida do mundo, comemos como um bando de refugiados de guerra. Durante esta viagem, esta refeição só empatou com o café da manhã do dia seguinte: capuccino quentinho e pão com manteiga, vendo o sol nascer no topo do pico.

3 - Crepe de rua em Paris
Lua de mel. Cidade Luz. Só isso já bastava. Mas não. Tinha mais, muito mais! Eu sou fã de comida de rua. Gosto mesmo. Evito aquelas coisas muito perniciosas, que podem levar à salmonela ou à morte fulminante. Mas confesso que salivo toda vez que passo por uma máquina de churrasquinho grego. E Paris tem boa comida de rua. Hot dogs de respeito, feitos com salsicha de qualidade e beeeem maiores que o pão. Sanduíches frios, prontos, a preços populares e recheados com presunto de parma, queijo brie, pecorino. E crepes! Deliciosos, assados na hora, com queijo e presunto e salpicados de pimenta do reino fresca. E acompanhado de uma taça de vinho. Tão simples e tão bom. Em boa companhia, em um lugar lindo, melhor ainda.

2 - Espaguete a putanesca
Foi o primeiro prato que um namorado preparou para mim. E preparou tão bem que virou marido.

1 - Frango a passarinho da minha mãe
Eterno. Este é um sabor de infância, um tipo especial de comfort food. Engraçado que quando se fala em comford food, penso logo em coisas cremosas, que não exijam muita mastigação. Mas fazer o que, meu comfort food é diferente. Comer o frango a passarinho que minha mãe faz (e só vale este, nenhum outro funciona) é voltar ao tempo em que se parava o carro no acostamento para fazer um lanchinho nas viagens. É voltar às viagens em família, todos juntos no carro, olhando pela janela, esperando pelo primeiro pedacinho de mar aparecer. É voltar a um tempo mais simples e mais fácil. É comer um belo bocado de nostalgia. Até hoje, quando fico meio desanimada, ou cansada ou qualquer coisa do gênero, sinto vontade de provar um daqueles pedacinhos dourados, crocantes, sequinhos e perfeitamente temperados de frango.

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