Não sei quanto a vocês, mas ando um tanto enjoada da beleza das atrizes, estrelas e etecéteras de hoje. Parece que elas tentam primeiro ser lindas e, só depois, talentosas. Ou talvez, ficar linda demande tanto trabalho, esforço, suor que isto tudo transparece e ofusque a beleza em si.
Sim, porque olhe só estas fotos da minha "ídala" Audrey Hepburn. A beleza simplesmente sai dos poros dela. A beleza entra em nossos olhos. A beleza sobrepõe-se a tudo, mas em silêncio. É uma beleza silenciosa, quieta, discreta. E, ao mesmo tempo, visível e impossível de ignorar.

Mas se inicialmente uma cirurgia era feita para corrigir problemas, atualmente elas são feitas para uniformizar os rostos. Ora, a perfeição é só uma. Se todos os rostos do mundo fossem perfeitos, eles seriam iguais. Que horror!
Agora, voltando aAudrey. Quem, olhando para ela, pensa em medir a distância entre suas sobrancelhas ou olhos? Ou o tamanho dos lábios? A beleza dela não dá margem a uniformizações. A beleza dela não dá margem a discussões. Nem a medidas.
E olha que sua vida foi difícil. Filha de uma baronesa (ou condessa? estou com
preguiça de pesquisar....) holandesa com um inglês rico e distante, sofreu muito durante a infância com a ausência do pai e com a guerra. Durante a guerra, passou fome, ficou muito doente e quase morreu. Ajudou nas atividades de resistência aos nazistas. Correu perigo. Viu a morte. Tudo isso enquanto era adolescente.

Adulta e já vivendo em segurança nos Estados Unidos, não teve um começo de carreira dos mais fáceis. Sonhava em ser bailarina, mas foi desencorajada por sua professora, que era a melhor e mais respeitada da época. Esta reconheceu que, apesar de possuir uma boa técnica e ser determinada, Audrey não possuía "aquilo" que define uma grande bailarina. Sem rumo, sem sonho, trabalhou dançando aqui e ali, fazendo pequenas pontas. Até que foi descoberta.
Assisti a alguns filmes dela: Sabrina, A Princesa e o Plebeu, Cinderela em Paris, My Fair Lady. Não entendo nada de cinema, mas gosto de pensar que ela nem era uma atriz fantástica e que, por não sê-lo, muito de si mesma vazava para seus personagens. Ou seja, o carisma e o toque de encantamento em seus personagens teriam vindo dela mesma. Mas divago.
Ela teve uma vida intensa e fica a impressão de que ela sempre procurou ser verdadeira e fiel a si. Sua dedicação aos filhos e às causas sociais reforçam esta impressão.
E, finalmente, vejam esta foto. Quem, hoje em dia, em tempos de enlouquecimento em prol da juventude eterna, envelhece com tanta classe?

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