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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nome próprio

Lembra daquele episódio de Friends em que a Phoebe se casa e vai ao cartório para mudar de nome? Para qualquer pessoa normal isso quer dizer uma mudança para o sobrenome de casada, certo? Mas, não para a Phoebe. Ela se empolga e muda de nome para Princess Consuela Banana Hammock. O Mike, em retaliação, muda de nome para Mike Crap Bag. Ela finalmente se incomoda com a pagação de mico e volta ao nome original.

E porque eu me lembrei disso? Porque estamos tentando escolher o nome do nosso filho e, vou te falar.... tá difícil, viu! Gostaria de poder dar um nome qualquer tipo “Corredor X” e deixar que ele escolha um bom nome quando crescer, de acordo com seus anseios pessoais e aspirações profissionais.

Porque hoje tá assim:

- Que tal o nome do pai?
- Seguido de “Junior”? Fabio... Junior? Nem pensar!
- Que tal João?
- Ótimo! Na escola ele vai virar João-ponêis. É isso que vc quer?
- Paulo.
- Nome de japonês. Aliás, já corta Cláudio, Hélio e Flávio pelo mesmo motivo.
- Joaquim?
- Nome de velhinho.
- Tito?
- Nome de criança.
- Ele é criança.
- Mas não pra sempre.
- Diz aí um homem que você admira.
- Capitão Nascimento.
- Hum.... não.
- Hulk.
- Não.
- Thor.
- É nome de michê. E, quer saber, corta todos os heróis da Marvel.
- Ahn...
- E da DC também.
- Droga....
- Plínio.
- Não. Nome de garoto que apanha na escola.
- É, deve apanhar do Thor.
....
E assim vai, por horas.

Por enquanto, resolvemos atrair as graças dos deuses do futebol. Juntamos o nome do pai, com o nome da mãe e adicionamos “son” no final. Ficou Kelbioson. Fala sério! Com um nome desses é só relaxar e se preparar para curtir a aposentadoria em Barcelona ou Milão. Se bem que pra ficar chique é melhor substituir o “i” por “y”. Kelbyoson. É isso aí.

Mas, sério, a busca pelo nome perfeito continua. A saber, o nome perfeito é brasileiro ou pelo menos super comum em português. Deve soar bem em outros idiomas. Deve ser simples e bonito. Não pode ser carne de vaca. Deve ser forte e ter um significado bonito. E tem que passar por uma análise numerológica. No fundo, o que estamos buscando é um clássico esquecido que, ao mesmo tempo, seja um amuleto contra qualquer intempérie. Não é o que qualquer pai quer?

Aceitamos sugestões.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Enxoval e memória

Fomos hoje comprar itens de enxoval do bebê. Engraçado como neste momento as coisas começam a ficar mais concretas. Apesar de sentir os chutinhos e vivenciar o crescimento dele todos os dias, é no momento em que escolho uma simples toalha que, enfim, consigo quase visualizá-lo de verdade.
Sei, o ultrassom já mostra quase tudo. O coração batendo, o ritmo e frequência. O cérebro, seus hemisférios, as fibras que os ligam. Os rins, pulmões, bexiga. O sangue fluindo. imagens 3D. Tudo.
Mas a toalha... ela me faz ver os muitos banhos que estão por vir. A água espirrada pela farra e o chororô na hora de sair da água. Cada item conta uma história do que ainda está por vir.
*
Faz apenas 5 anos desde o nascimento de minha filha. E algumas coisas já estão difíceis de puxar pela memória. O curioso é que o processo de aprender a cuidar de uma criança é tão intenso e, por vezes, dolorido, que temos certeza de que jamais esquecemos. Mas, aí está: esquecemos. Deixamos os problemas e dificuldades pra trás com muito mais facilidade do que gostamos de reconhecer.