Pages

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Até que a morte os separe


Um amigo querido postou no Facebook algo sobre o tempo em que se casava pensando em ser para sempre, e em como o termo "até que a morte os separe" deixou de significar alguma coisa.
*
Sim, vivemos um tempo em que as relações se tornaram efêmeras. Não digo descartáveis, como se convencionou falar, porque não acho que os relacionamentos simplesmente deixem de existir. Acho sim, que eles se transformam muito rapidamente, como aliás, tudo neste mundo.
*
Amizade vira amor, amor vira ódio, admiração vira ressentimento, tudo rápido, rápido demais, na velocidade da informação.
*
Também, vamos combinar que prometer algo para sempre, seja lá o que for, é muito mais fácil quando a expectativa de vida é de 40 anos do que quando ela é de 80, 90 anos.
*
Também, mudamos muito menos em 40 anos do que em 80. Talvez, então, não tenhamos nos tornado imediatistas e volúveis e sim, vivemos o bastante para saber o que queremos e o que estamos dispostos a tolerar.
*
Acho também que a busca básica do ser humano mudou. Nos primórdios a busca era a sobrevivência. Passou mais tarde a ser a procriação, a multiplicação. Agora, a ciência já resolveu este nó. Contamos com muitos recursos para sobreviver. Contamos com muitas facilidades para procriar e para proteger a prole. Sobrou o que? Confrontar as insatisfações, buscar a felicidade que é mais do que o antônimo de infelicidade, entender o universo, encontrar Deus, conhecer a si mesmo. Molezinha.