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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Simplesmente Amor

Eu gosto desses filmes que contêm várias histórias, sejam elas interligadas ou não. Acho que é mais desafiante para o diretor prender a atenção com várias pequenas histórias do que com um único grande enredo. E acho que contar várias pequenas histórias é mais simples e despretensioso também.

(Para ver a resenha de outro filme com várias histórias que eu curti, clique aqui, se tiver mais de 18 anos).

E um dos meus filmes favoritos, que contém algumas das minhas cenas favoritas é Simplesmente Amor (Love Actually). Do mesmo diretor de Quatro Casamentos e um Funeral (outro filme que amo), fala sobre.... adivinha.... amor!


As histórias passam-se em Londres, e todas se relacionam de alguma forma. São histórias simples e lindas e só. Nenhuma pirotecnia, nenhum efeito especial, nenhuma reviravolta chocante. Só histórias de amor. Amor romântico, claro. Mas também o amor entre pais e filhos, entre irmãos, o primeiro amor, o amor impossível, o amor rotineiro.

Numa delas, um homem ajuda o enteado a se aproximar de seu primeiro amor, a menina mais legal do colégio. Isso, a custa de muitas aulas de bateria e muito incentivo a coragem do menino. Esta história teve a cena de aeroporto mais legal que eu já vi.

Em outra, uma moça recém casada vai na casa do melhor amigo do marido para pegar a fita com a filmagem do casamento. O amigo filmou a cerimônia e a festa, mas se nega a entregá-la. A moça vai lá, convencida de que o amigo simplesmente se ressente da intromissão dela na amizade dos dois e por isso a está boicotando. Depois de muita insistência, ela acaba roubando a fita e começa a assisti-la. Daí ela percebe que só ela aparece na fita. O amigo era apaixonado por ela desde sempre e acabou dando uma bandeira imensa... Climão. Alguns dias depois, o amigo vai na casa dos dois, dá um jeito de falar só com ela e faz a declaração de amor mais bonita, comovente, triste e inusitada possível.

Na minha favorita, um escritor sofre uma desilusão amorosa e se refugia numa casa no sul da França, para fugir da dor e para tentar finalizar o romance que está escrevendo. Chegando lá, a caseira já havia contratado uma moça que iria lá todos os dias, para cuidar da casa e cozinhar. Só que ela era portuguesa e não falava uma palavra de inglês. Já que o escritor não falava uma palavra de português, passaram ambos alguns dias calados. Mas, estavam tão isolados naquela casa que, meio sem perceber, começaram a conversar entre si, cada um em sua língua. Os diálogos mostravam o quanto eles viam as coisas de maneiras diferentes, mas também o quanto eles tinham em comum. Por exemplo:

- These muffins are delicious. Fortunately, I never gain weight...
- Tu deverias comer menos bolinhos. Já estás a ficar gordinho.

Este episódio tem também o diálogo mais bonito do filme. Todos os dias, ele a levava de carro até a estação de trem. Estavam no carro, ele dirigindo e ele diz:

- This is the best moment of my day: when I am driving, with you by my side.
E ela responde:
- Este é o pior momento do meu dia: quando vou embora e o deixo sozinho.

Uón... não é lindo?

Adoro esse filme, de quando em quando eu assisto de novo, só pra conferir...


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