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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Filme pornô feminista. Como assim?

Já tinha ouvido falar? Nem eu. Mas daí folheando o jornal meio distraída ví uma matéria sobre um tal prêmio do pornô feminista e fiquei curiosa. Acuma? Achei a proposta toda da coisa interessante e fui atrás de mais informações. Tá, confesso: fui atrás dos filmes. Mas movida por pura curiosidade científica (hahaha!).

E o desafio começou aí. Onde se aluga filme pornô, hein? Algum tarado de plantão aí sabe informar? Sex shop? Bom, depois de longa e exaustiva pesquisa, cheguei a um dos filmes, que foi premiado e de cuja diretora, Erika Lust, eu já tinha ouvido falar. Five Hot stories for her, ou Cinco historias para ella.

Começa pelo nome da diretora, que eu achava que era nome artístico, mas descobri ser mesmo uma feliz coincidência. Algo como um obstetra se chamar Nascimento, um almirante se chamar Leme ou um vendedor se chamar Sales. Mas divago.

Então, assistindo aos extras do filme (sim, tem extras!) fico sabendo mais sobre Erika Lust, sueca radicada em Barcelona. Primeira coisa que salta aos olhos: ela não tem cara de diretora de filme pornô. E como seria cara de diretora de filme pornô? Sei lá, mas achei que, se eu visse, reconheceria. Ela tem cara de diretora de video clip. Bonita, jovem, descolada, simpática. Muito articulada, descreveu o processo que a levou a entrar no universo do filme pornográfico.

Ela diz que não foi algo planejado, mas que ela percebeu que nesse meio os filmes são todos feitos para o homem, segundo o ponto de vista masculino e de acordo com seu gosto. Nada contra, mas por que não atender também uma parcela do público que está carente de uma estética alternativa?

E em que consiste esta estética alternativa? Ou seja, de que forma um filme pornô feminista é diferente de um filme pornô tradicional? É mais light? Não, não é. É tão explícito quanto qualquer filme pornô. E os closes ginecológicos também estão lá. Bem, após assistir a Five Hot Stories, posso enumerar algumas diferenças que me chamaram a atenção:

1. O filme tem história e o enredo é consistente.
Básico né? Mulher gosta de história. Mulher quer saber o que levou a determinada situação. E tem que fazer sentido. Aquele enredo típico em que a mulher flagra o namorado com outra na cama e pensa "oba, que legal vou me juntar a eles...." irrita qualquer uma pelo alto grau de imbecilidade e pela total falta de conexão com a realidade.

2. Tem diálogo.
Não é só "Oh", "Hum", "Ah". São diálogos mesmo, com começo, meio, fim, verbos, adverbios, enfim. As pessoas conversam, brigam, discutem, explicam, contam, relembram, narram. Um dos atores (brasileiro), disse que era um trabalho bem diferente do que ele estava acostumado porque tinha falas, e ele precisou decorar diálogos. Pelo jeito ele curtiu....

3. Os atores são mais "normais".
É. Os atores são bonitos. Bem bonitos. Mas de uma beleza normal. Gente que eu poderia ver por aí. Os homens não fazem a linha super-hiper-bombados. As mulheres não têm 500ml de silicone em cada peito. Algumas são até bem "retinhas". Gente normal. E o que acontece é que você assiste o filme e acaba se identificando com a personagem, com a situação, porque são gente como a gente. Ah, e eles atuam também, viu?

4. O visual é rico e sofisticado.
Há um cuidado maior com o cenário, a iluminação, detalhes. As cenas se passam em praias, trens em movimento, ruas (charmosas) de uma cidade, lofts. Os ambientes são bem decorados e com bom gosto. Ah, e o figurino... as roupas são bonitas. Normais, tal como o look dos atores, mas com uma pitadinha de veneno. Uma saia um tiquinho mais curta. Uma camisa um tantinho mais justa, e pronto.Lingeries e cuecas: modernas, lindas. Dá vontade de comprar. Nada, nadica, nem uma pecinha de roupa brega em todo o filme. E no todo, o visual é mais clean, limpo, gostoso.

5. Música de qualidade.
Excelente. Música boa. Nada daquele lixo que parece ter sido extraído de algum videogame dos anos 80. Música eletrônica suave, com letras sexy e provocantes, estilo "The L Word", combinando com o momento. A cerejinha em cima do bolo.

6. Cenas homossexuais.
Femininas, claro, o que não difere muito do pornô tradicional, exceto pelo enfoque. O público lésbico é um fiel consumidor de pornografia feminista, então tem que rolar uma cena do tipo. Mas, a cena é feita de forma mais.... verdadeira. Afinal, num pornô tradicional este tipo de cena é feita de um jeito que agrade aos olhares masculinos, mas quase sempre elas estão anos-luz de distância de refletir as reais preferências femininas. Rapazes, querem agradar as namoradas e não sabem como? Assistam a uma cena lésbica num filme feminista. Este sim, tem o caminho das pedras. Se é que você me entende.

E, masculinas. Sim, aparentemente as mulheres gostam de ver dois homens se divertindo. Ou então os homossexuais também apreciam a estética dos filmes feministas. O que faz todo sentido, certo? Afinal, bom gosto nunca é demais.

Enfim, o filme foi uma grata surpresa. Bom, bem elaborado, divertido, com toques inteligentes de humor. Ele se divide em 5 histórias. A primeira é "Something about Nadia", sobre uma mulher intrigante que atrai as mulheres e 3 garotas que se apaixonam por ela. Na segunda "jodetecarlos.com" uma mulher traída arma uma vingança arrasadora contra o marido cínico. Na terceira, "Married with children" um casal monta uma estratégia para afastar o tédio e a monotonia (é um sado-maso leve). Na quarta, "The Good Girl" uma moça tranquila e recatada consegue se libertar da pecha de comportada ao realizar uma fantasia com o entregador de pizza (a melhor, na minha opinião). E a quinta "Breakup sex" é a noitada de despedida de um casal.

Divertido, hot, e você não fica com aquela sensação de que acabou de ver um filme pornô. Muito embora tenha visto.


domingo, 14 de junho de 2009

Total Eclipse of the Heart

Você já dançou agarradinho ao som de Total Eclipse of the Heart? Você era fã de Bonnie Tyler? Tudo bem, não precisa confessar se não quiser, afinal isto entrega a idade do cidadão. Eu adorava (na verdade ainda gosto desta música). E por isso, este vídeo foi tão divertido. Você detesta esta música? Sem problema: tenho certeza que você também vai chorar de rir. Trata-se da versão literal do vídeo clip de Total Eclipse of the Heart. Enjoy!



Gostou? Vi no blog do Alexandre Soares Silva, que recebeu de Jules, que não sei quem é, mas só pode ser muito legal e só não linco porque não sei pra onde.

Quer mais um vídeo bizarro? Clique aqui.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

So, so lost!

atenção: contém spoiler.

E vou continuar lost até a próxima temporada de Lost. Meu lance com Lost teve altos e baixos e acho que isso aconteceu com todos os fãs da série. Algumas temporadas foram estupendas e outras, bem fraquinhas. Mas, como a primeira temporada me pegou, mesmo nos momentos fraquinhos eu não consegui abrir mão da série. E agora, ao final da quinta temporada, me sinto recompensada de certa forma.

Vejo a série se desenvolvendo de forma cíclica, na qual cada ciclo abre um novo nível de compreensão. Primeiro o grande assunto é a queda do avião e a sobrevivência na ilha. Depois, a descoberta de outras pessoas vivendo na ilha. Depois a descoberta das lideranças, das estruturas existentes na ilha. Depois a descobertas de ainda outros grupos que tiveram o controle da ilha ao longo do tempo. E assim sucessivamente. A quinta temporada culmina com a descoberta de mais um nível e finalmente vemos quem são os reais protagonistas desta luta de poder.

O final da temporada respondeu algumas perguntas, mas criou um monte de outras possibilidades. Então todos os fantasmas da ilha são manifestações do Flocke (Fake Locke)? E quanto as apariçõs do Walt? Afinal ele está vivo... Por que Jacob ignorou Ben? Ilana já esteve na ilha? Como, quando e por que saiu? Como Jacob conseguia sair tão facilmente da ilha? O que aconteceu com a Claire? A visão do Desmond mostrava a Claire saindo da ilha de helicóptero. Ele errou? O que Desmond ainda tem a fazer na ilha? O que aconteceu com Aaron? Ele deveria estar na ilha?

Mil perguntas e quase um ano pela frente até a próxiuma temporada..... Cruel!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eneagrama

Este final de semana fiz um curso muito legal, sobre eneagrama. Conhece? É um sistema de identificação dos diferentes tipos de personalidade. Eu já tinha ouvido falar e estava a fim de fazer este curso há um tempão. Portanto, compareci com um alto grau de expectativa. Normalmente, quando isto acontece, acabo me frustrando. Mas não foi o que aconteceu desta vez. O curso superou minhas expectativas. Foi uma tremenda pauleira, fiquei bastante cansada. Mas adorei e achei extremamente proveitoso.

O eneagrama identifica 9 diferentes tipos de personalidade e suas motivações. Cada pessoa pertence a um tipo básico, essencial, que é imutável ao longo da vida. Cada um possui também características de todos os outros tipos, em aspectos e momentos específicos da vida, em maior e menor grau. Mas o tipo básico é sempre um determinante, porque é aquele que oferece as maiores tentações de erro, além de apontar os nossos maiores talentos inatos.

E como descobrir seu tipo? Bem, existem testes. Mas eu sempre fico meio desconfiada deles, porque me parecem muito fáceis de burlar. Bem, no caso do curso que fiz, o processo de identificação é diferente. A instrutora do curso, Racily, é fantástica. Ela é uma atriz super talentosa e ela faz um teatro com os tipos. Ela mostra as manias, os gestos, as expressões de cada tipo. Quando ela mostra o seu tipo, a identificação é imediata, indiscutível e inevitável. Minha reação foi ter um ataque incontrolável de riso, quando me vi identificada, quando vi minhas neuras, meus diálogos internos, minhas reações ridículas e exageradas, e que eu tão cuidadosamente escondo no dia-a-dia, expostos. Ao mesmo tempo foi muito libertador ver que atitudes e comportamentos que normalmente me fazem sofrer pacas são, na verdade.... ridículos. Risíveis.

Vi também retratadas muitas pessoas importantes de minha vida. Agora que compreendo melhor suas motivações, vejo outros e novos aspectos de suas personalidades e sinto conhecê-las ainda melhor. Sinto-me capaz de compreendê-las e apoiá-las de maneira mais apropriada.

Enfim, amei. Se algum dia alguém convidá-lo a fazer um curso de eneagrama com a Racily, nem pense duas vezes. Vá. Na pior das hipóteses, você vai se divertir a beça!