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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pequeno desabafo

Trabalho com tecnologia. Vão aí bem uns 20 anos de bits e bytes. Já trabalhei com tudo. Mainframe. Clipper. Programação. Análise. Processos. ERP. QA.
Desenvolvendo ou avaliando, sempre gostei de resolver problemas. E acho que quando uma empresa me contrata é isso que ela quer. Que eu resolva problemas ou que eu evite que os problemas ocorram.
Mas o dia-a-dia acaba conduzindo a gente por outros rumos. De repente, no lugar de desenvolver soluções, eu me vejo cada vez mais desenvolvendo provas de que a culpa não é minha. Que culpa, pergunta você. De qualquer coisa, respondo eu.
Pois uma característica marcante de quase todo o profissional hoje em dia é a capacidade de provar que a responsabilidade pelos problemas é de outro. Atrasou? Foi o fornecedor. Está errado? Foi o analista. O cliente está insatisfeito? Foi a área comercial.
Ninguém assume responsabilidade. Gasta-se um tempo e uma energia enorme com justificativas, planilhas, reuniões, tudo para apurar responsabilidades. E não sobra quase nada para trabalhar de verdade.
Sinto saudade de um tempo que não houve. Em que cada profissional sabe o que faz. Assume o que fala. Assume o que faz. E o que importa é entregar corretamente o que o cliente pediu. Só isso.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Frio

Gosto de frio.
Gosto de calor.
Não brigo com o tempo, só me adapto a ele.
Dias quentes são yang. São dias de ação.
Dias frios são yin. São dias de reflexão.
Cá estou eu, já preparada psicologicamente para dormir, as 19:30.
Pensando numa tigela de sopa e numa xícara de chá.
E com preguiça de fazer qualquer uma das duas.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Primeiros parágrafos

Gosto muito dos primeiros parágrafos. Acho que, se o primeiro parágrafo é bom, o resto do livro também o será, com certeza. Claro que se o primeiro parágrafo não for lá essas coisas eu continuo lendo o livro. Mas, quando ele é bom..... minha leitura fica mais esperançosa.
Pois olha só este primeiro parágrafo:

"Passei a geléia numa torrada com uma espécie de floreio. Acho que nunca cheguei tão perto de cantarolar um "tra-la-la" enquanto passava a faca, pois estava me sentindo em plena forma esta manhã. Deus lá no céu dele e tudo bem no mundo cá embaixo, como escutei Jeeves dizer certa vez. (Lembro que ele ainda acrescentou alguma coisa sobre cotovias e caracóis, mas esta é uma questão secundária, na qual não precisamos nos deter)." - Sem Dramas, Jeeves - P.G.Wodehouse.

Não dá vontade de continuar lendo e lendo até ligarem do escritório e dizerem que se você não aparecer no dia seguinte será demitido? Pois é.